sábado, 1 de novembro de 2008

Texto Prof. Nizha Francis Soriano



TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE /TRANSTORNO DE CONDUTA (PSICOPATIA)


Neste texto abordaremos conceito de personalidade, visão histórica, as concepções Alemãs, as Anglo-Saxônicas e as concepções Francesas. Classificações atuais, aspectos epidemiológicos e perspectivas de tratamento.Programas de Inclusão governamental e não governamental.

DEFINIÇÃO
A classificação adotada pela Associação Psiquiátrica Americana (DSM IV) define traços de personalidade como padrões duradouros de percepção, formas de se relacionar e pensar sobre si mesmo e o ambiente, que se exibem em ampla gama de contextos sociais importantes. É somente quando os traços de personalidade são inflexíveis e mal - adaptativos, causando comprometimento funcional significativo ou sofrimento subjetivo, que constituem em “transtornos da personalidade”, “transtorno de conduta”. Tais transtornos são reconhecíveis frequentemente desde a adolescência, ou mesmo antes, estendendo-se pela a vida adulta, embora possam mitigar na idade avançada.

ASPECTOS HISTÓRICOS
De maneira bastante esquemática, podemos com efeito, distinguir:
-as concepções Alemãs, correspondentes aos trabalhos tipológicos de Koch,depois de Kraepelin, e K.Scheider.
-as concepções anglo-saxônicas, saídas da noção de “moral insanity” de Prichard.
-as concepções francesas, dominadas pelas sucessivas noções de degenerescência (Morel), depois desequilíbrio mental.

CASSIFICAÇÕES ATUAIS
As categorias adotadas pela DSMIV e pela CID-10 são bastante semelhantes, diferindo apenas em aspectos secundários.

BREVE DESCRIAÇÃO DOS TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE NA CID-10 (OMS) e DSMIV (APA,)
Damos aqui apenas algumas características sumárias de seus tipos, com vistas à discussão posterior de suas relações com outras patologias.
TP Paranóide: caracteriza-se pela tendência excessiva a desconfiança e suspeitas auto- referência e preocupações com “explicações conspiratórias” sobre acontecimentos.
TP Esquizóide: frieza emocional, preferência pelo isolamento e atividades solitárias, introspecção.
TP Esquizotípico: caracteriza-se pelo padrão geral de dificuldades nas relações interpessoais e peculiaridades nas idéias, aparência e comportamento
TP Anancástico: sentimentos excessivos de dúvida e cautela, preocupações com ordem perfeccionismo, escrupolosidade, rigidez nas condutas.
TP Histriônico: expressão exagerada das emoções, teatralidade, sugestionabilidade, afetividade superficial e lábil.
TP Dependente: incapacidade de assumir, por si, a responsabilidade por decisões importante da própria vida;
TP Anti-Social (“Dyssocial”): notável disparidade entre seu comportamento e as normas sociais; falta de consideração pelos sentimentos dos outros.
TP Narcísico: sentimentos e comportamento de grandeza, falta de empatia, hipersensibilidade face à avaliação pelos demais.
TP Ansioso (ou evitador): sentimento persistente de tensão e apreensão, de inadequação social e inferioridade.
TP Impulsivo (subgrupo dos “Emocionalmente Instáveis”): instabilidade emocional e falta de controle dos impulsos; explosões de violência.
TP Limítrofe (“Borderline”): além de várias características de instabilidade emocional, agregam-se transtornos da auto-imagem, metas e preferências internas (inclusive sexuais). Acompanha-se geralmente de um sentimento crônico de vazio.
TP Passivo-Agressivo: resistência às demandas por desempenho social e ocupacional adequados; procrastinação de tarefas; críticas injustificadas em relação aos superiores hierárquicos.
TP Sádico (Categoria Necessitando de Maiores Estudos): padrão global de comportamento cruel, humilhante e agressivo.
TP Auto-destrutivo: (Categoria Necessitando de Maiores Estudos): comportamento geral autodestrutivo, com evitação de experiências prazerosas.

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
Dependendo dos critérios diagnósticos utilizados a prevalência, de acordo com estudos recentes, varia entre 2 a 13% em populações urbanas. A pesquisa sugerem maior prevalência em centros urbanos face aos rurais e decréscimo com o evoluir da idade.

ETIOLOGIA, PROGNOSTICO E TRATAMENTO
As causas dos TP permanecem controversas e provavelmente são heterogêneas, considerando-se a grande variedade, em sua natureza, das categorias que levam esse nome.
Alguns estudos sugerem que o TP “limítrofe” pode melhorar consideravelmente em alguns poucos anos com o evoluir da idade.
A convicção de que os TP são impermeáveis à intervenção terapêutica está cedendo lugar a investigações empíricas, e devem levar em conta as peculiaridades de cada transtorno.

O CONCEITO DO TRANSTORNO DE CONDUTA (“PSICOPATIA”) NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE
“Psicopatia”: expressão, hoje em dia, um tanto menosprezada; a evitar e portando, a ponderar!
Transtorno de conduta é o termo mais atual para designar crianças cujos sinais, sintomas e comportamento parecem afetar mais os outros do que a criança que sofre da perturbação.
A existência do Transtorno de Conduta na criança foi objeto de várias controvérsias quanto à questão da idade de início. Na realidade o debate acerca da idade de início do transtorno é mais teórico do que prático.

RAÍZES HISTÓRICAS
Em 1952, o diagnóstico de “personalidade sociopática: reação anti-social” para adultos foi codificado pela APA no DSM-I. Os indivíduos assim diagnosticados eram descritos como sempre metidos em problemas, imaturos, desleais, hedonísticos, irresponsáveis e incapazes de obter benefícios da experiência ou punição. Em suma, não eram boas pessoas. Em 1967, no influente compêndio de Freedman e Kaplan (1967), Stubblefield usou o diagnóstico “transtorno sociopático de personalidade: reações anti-sociais e dissociais” para descrever crianças “que estão sempre metidas em problemas e parecem não se beneficiar da experiência ou punição.
QUADRO CLÍNICO
Distúrbio caracterizado por comportamento anti-social persistente. Crianças e adolescentes com transtorno de conduta costumam mentir, roubar, faltar à escola sem motivo, fugir de casa, iniciar brigas, agredir fisicamente as pessoas, ser cruéis com animais e destruir a propriedade alheia deliberadamente. Baixo rendimento escolar e problemas no relacionamento com os colegas são freqüentes. Quando o quadro clínico é mais grave, ocorrem assaltos com a utilização de armas, estupros e homicídios.

PREVALÊNCIA E EPIDEMIOLOGIA
Uma vez que a natureza do transtorno de conduta varia em cada estágio do desenvolvimento, e uma vez que o meio de medir sua presença ou ausência difere, de um estudo para outro, desconhecemos sua prevalência.

TRATAMENTO
O tratamento de crianças e adolescentes com Transtorno de conduta deve ser multimodal, para ser útil. Deve enfocar as vulnerabilidades médicas, psicodinâmicas, cognitivas, educacionais, familiares e ambientais de cada criança. Além disso, cada uma das vulnerabilidades encontradas nas crianças com transtorno de conduta geralmente é crônica. Portanto, qualquer programa de tratamento que pretenda ser eficaz deve incorporar um plano de sistema contínuo de apoio.

PROGRAMAS DE INCLUSÃO, GOVERNAMENTAL E NÃO GOVERNAMENTAL


PROPOSTAS DE TRABALHOS:
As Propostas da Prefeitura
As Prostas da PUC-SP
As Prostas da Pastoral do Menor
As Propostas do MNMMR
Referências

ALMEIDA, O. P.; DRATEU, L.; LARANJEIRAS, R. Manual de Psiquiatria. Ed. Guanabara S.A: Rio de Janeiro,1996.
BRACONNIER, M. Manual de Psicopatologia do Adolescente, Ed. Artes Médicas:Porto Alegre, 1989.
LEVWIS, M. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência. Ed. Artes Médicas: Porto Alegre.1995.

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