terça-feira, 4 de novembro de 2008

Texto Psic.Sérgio Bassitt



Os novos paradigmas da civilização contemporânea e sua influencia na questão prisional

Os séculos XIX, XX e XI têm sido sem sombra de dúvidas os mais sujeitos a modificações de grande porte em toda a história da humanidade; eventos como a indústria, a mídia como um todo, a globalização, etc., tiveram uma influência enorme na composição de uma “nova ordem” que se acomoda em nossa civilização.
Mudanças de valores, quebra de conceitos, falência de instituições, alem de desestabilizações constantes de padrões milenares estabelecidos, podem ser vistos como a base de uma condição nova que traz no bojo de seus efeitos o aumento descontrolado da violência e dos processos repressivos. Parece contraditório, que embora a democracia, avance a passos largos, em contrapartida, nunca na história da humanidade se haja vista tantas pessoas privadas de liberdade (proporcionalmente), ou mesmo punidas de outras formas, que incluem castigos desumanos e até a morte.
Em nosso país, e particularmente em nosso estado que apresenta algumas particularidades dignas de nota nesta reflexão, o exageradamente inflado sistema prisional parece ser um aparador das arestas deixadas por essa nova organização geral.
A Psicologia como não podia deixar de ser está intimamente ligada a essas questões na medida em que lida com a parte mais importante desse processo: o humano. Não podemos, de modo algum, concordar que o individuo preso no cárcere, não existe mais, ele está fora de um determinado tipo de ação, no entanto, traz consigo todo o “DNA” dessa situação a qual não podemos ignorar, e retornará ao convívio social, tendo ainda outras marcas de um “lugar da sociedade” que se destina hoje em grande parte à violência e retaliação, muito mais do que ao cuidado e investimento em saúde mental e relacional.
Esta palestra intenciona apenas despertar a reflexão, sobre o tema, para que possamos cada vez mais implementar nossos conhecimentos e lidar com o desconhecido de modo mais efetivo.

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